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Jorge Garcia, Especialista em Imobiliário

Em tempos de serôdia e curta “siliy season”, notícias animadoras chegaram finalmente de Portugal!

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Em Portugal se viveram momentos intensos e escaldantes no passado mês de Julho. Apesar do arranque da “silly season” com as notícias em torno de uma personagem “habitué” a quem dessa vez a caminho dum cruzeiro furtaram acessórios de grifes famosas e de um “epicentro” mediático a propósito de “brincar aos pobrezinhos” na Comporta, a agenda mediática manteve-se distante da época das frivolidades.
Num momento em que a larga maioria dos que vivem em Portugal diariamente “brinca aos pobrezinhos” e em que 210.000 portugueses dos mais jovens e preparados tiveram de emigrar e buscar um novo rumo para as suas vidas, seria aconselhável que a escassa minoria privilegiada se remetesse ao silêncio e recato do seu lazer. Mas este ano, a “silly season” parece mesmo condenada. Agosto trouxe a “SWAP season”.

Para uns, permuta no mercado financeiro de posições de risco e rentabilidade, para outros, mais um imbróglio financeiro criado por operadores desse mercado para ajudar a “ viciar” contas públicas e Orçamentos de Estado. Uma coisa parece certa, no pós-2008 o cidadão comum passou a desconfiar de qualquer operação em que a banca esteja envolvida particularmente com o Estado. Justificada ou não, essa é uma nova realidade e as instituições financeiras, seus quadros e governantes, devem ter em conta esse cenário, ao tomarem suas decisões. Mas afinal, “cadê” as notícias animadoras? Subida dos índices de produção industrial, um sustentado crescimento das exportações com ganhos de quota no comércio internacional e uma tímida descida da taxa de desemprego. E na fileira da construção e do imobiliário? Recentemente o governo divulgou, um programa de 50 medidas de apoio ao setor da construção e do imobiliário, que vão ao encontro das principais sugestões e recomendações dos operadores do setor e da CPCI (Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário).

Em consonância com o “Compromisso para a competitividade sustentável do setor da construção e do imobiliário" do citado programa destacaríamos 5 pilares de primordial importância: Reabilitação urbana, financiamento das PME´s, formação profissional de desempregados, apoio à internacionalização e regularização das dívidas do Setor Estatal às empresas do setor. No âmbito da reabilitação urbana o alargamento da iniciativa “Jéssica” (Joint European Support for Sustainable in City Areas) a novas áreas de intervenção como a logística e residencial (particulares) e o direcionamento até final da sua execução, de 3,7 mil milhões de euros do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) para investimentos em infra - estruturas e equipamentos de proximidade (educação, saúde e apoio social). Também o programa de estágios e formação profissional previsto e destinado à qualificação e reconversão dos desempregados da construção civil para novas áreas de atuação é uma boa notícia.

O setor da construção tem mantido ao longo de décadas, níveis de qualificação, produtividade e valor acrescentado muito baixos e sabemos que a reabilitação, construção sustentável e eficiência energética, são áreas bem mais exigentes em capacitação e competências. Diagnosticadas as necessidades, definidos os instrumentos de intervenção, deve ser assegurada um rigoroso controle de qualidade do programa, evitando maus exemplos do passado com o desperdício dos “dinheiros públicos” em “formação profissional” para fins exclusivamente ocupacionais. Esta é mais uma oportunidade de trazer às empresas maior capacidade técnica, especialização e de as tornar mais competitivas no mercado interno e externo, que não pode ser desperdiçada. Outro dos graves problemas do setor é a elevada dívida do Estado e Autarquias.

Um Estado “totalitário” na altura de arrecadar mas que não cumpre na altura de pagar as obrigações contratualizadas. Promete-se agora, a calendarização do pagamento das dívidas e o acompanhamento efetivo da aplicação do regime de liberação das cauções prestadas como garantia em obras públicas, estimada em cerca de 3 mil milhões de euros. Aguardemos. São boas notícias e de esperança para a fileira da construção e do imobiliário. Em simultâneo Portugal tem de “enterrar” em definitivo os modelos de urbanização do passado, que desvalorizando o seu património natural, danificando a sua orla costeira e paisagem, desertificando o interior e deixando degradar os seus centros históricos, muito contribuíram para o atual estado das coisas. Por aqui, neste lado do oceano, continuamos a participar desses novos tempos de esperança e onde cada vez mais empresas e quadros portugueses estão reiniciando suas vidas e atividades profissionais.
1 Comentário
Rui avila
20:46, 11 agosto 2013
O compromisso para a competitividade sustentável foi assinado, salvo erro, em Abril. Tem noticia do que aconteceu desde então? Os 3,7 mil milhões já estão a circular? Sabe se a comissão de acompanhamento que foi criada já produziu algum relatório? De facto foi criada muita expectativa, esperemos que não se instale a desilusão! Ruid'Avila
Comentário
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